Opinião do SEEACONCE: em jogo o preço do feijão, a comida na mesa, a saúde, a educação, o futuro dos direitos dos trabalhadores

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OPINIÃO – SEEACONCE

Por Penha Mesquita,
presidente do Seeaconce

Dentro de pouco tempo o País vai às urnas para eleger presidente da República, governadores, deputados federais, deputados estaduais, senadores. A eleição de 2022 se tornou ainda mais decisiva após várias ameaças que foram feitas à democracia e ao próprio processo eleitoral. Tem gente fazendo pose de mau perdedor, desde antes de o jogo começar, questionando as regras e os juízes que sempre apitaram a partida e falando que não aceita a vitória de outro time. Ameaçando “melar” o jogo se o povo preferir dar a vitória a outra equipe – ou a outro candidato.

Como trabalhadores e trabalhadoras, precisamos estar atentos ao perigo que isso significa. Nosso País viveu 21 anos de ditadura militar e levou ainda bastante tempo, após a volta da democracia, para poder exercer plenamente o direito ao voto. Quem tem mais
idade entre os colegas trabalhadores e trabalhadoras de limpeza pública, asseio e conservação, condomínios e imobiliárias certamente se lembra da campanha “Diretas Já”, o slogan “Eu quero votar pra presidente”, a eleição de 1989, a primeira após décadas em que fomos impedidos de escolher o presidente do Brasil.

Também por isso é muito importante que todos estejamos atentos às eleições, acompanhando as propostas e o histórico dos candidatos, vendo quem realmente tem história de luta e de compromisso com a classe trabalhadora. Quem tem serviço prestado, indo além das promessas. Quem conseguiu colaborar, em gestões passadas, para que o trabalhador tivesse mais comida na mesa, acesso a renda mínima, a emprego, a mais oportunidades de educação, inclusive
algumas jamais sonhadas pelos filhos de pessoas mais humildes.

Nos últimos anos, principalmente desde o golpe de 2016, que retirou do poder uma presidente eleita pelo povo em um impeachment sem crime de responsabilidade, temos passado todos os anos por novas perdas de direitos e de poder de compra. A reforma trabalhista, ou “deforma”, retirou vários de nossos direitos, dificultou ainda mais a vida do trabalhador, tornou mais arriscado ir à Justiça com reclamações e não gerou nenhum emprego, ao contrário do que fora prometido. Em vez disso, temos mais de 10,6 milhões de desempregados, além de inúmeros trabalhadores em extrema precarização.

O mesmo aconteceu com a “deforma” da Previdência, que mexeu até em direitos já adquiridos, mudou a regra do jogo durante a partida e tornou muito, mais muito mais difícil o sonho da aposentadoria. Para completar, tivemos de conviver com carne a mais de R$ 60,00 o quilo. Botijão de gás a mais de R$ 100,00. Gasolina a mais de R$ 8,00 o litro, o que impactou em aumento de preços
geral de inúmeros produtos. Tornaramse comuns manchetes de jornal sobre pessoas recolhendo restos em lixeiras de supermercados, que passaram a cobrar até por ossos para fazer sopa. Isso em um país que é campeão de produtividade agrícola e exporta carne para diversas regiões do planeta.

Para mudar tudo isso, precisamos pensar bem sobre o que queremos para o Brasil e para nossas vidas nos próximos quatro anos. Votar conscientemente é votar por melhorias para nós, trabalhadores, e para nossas famílias. Não é se deixar levar por questões pessoais, como os costumes e preferências de cada um quanto a temas de ordem íntima. E sim pensar: nos últimos quatro anos,
minha vida e a vida dos meus amigos, parentes, conhecidos, colegas de trabalho melhorou ou piorou? Como podemos melhorar, para os próximos quatro anos? Votar em quem está do lado dos trabalhadores é com certeza fundamental!