Mais de 8.500 trabalhadores estão sem salários desde novembro.
Em assembleia na manhã desta segunda (12), trabalhadoras e trabalhadores terceirizados que prestam serviços à Secretaria Municipal de Educação de Fortaleza decretaram greve por tempo indeterminado. Vigias, manipuladores de alimentos, zeladores, porteiros, monitores de acesso, num total de quase 8.500 trabalhadores, que desde novembro estão sem receber seus salários. A informação das empresas terceirizadoras contratadas do município é de que a prefeitura de Fortaleza já avisou que em dezembro essa situação não será resolvida e que não tem data para realizar os pagamentos. Para as empresas terceirizadoras, os representantes municipais alegam falta de recursos.
Maury Maia, presidente do Seeaconce, “o mais absurdo de toda essa situação é você imaginar que trabalhadores humildes, a maioria deles o maior provedor da família, sendo essa maioria composta de mulheres, ficarão completamente desamparados no final do ano, em pleno natal, uma covardia sem tamanho”, e completa ” a prefeitura de Fortaleza faz a opção de sacrificar os mais pobres, justo os que mais precisam”.
Dona Maria de Fátima Rodrigues, 53, mãe de 3 filhos, presta serviços como manipuladora de alimentos na Escola Municipal Dom Aloísio Lorscheider, na Praia do Futuro. Com uma filha grávida e desempregada, compareceu à assembleia que decretou a greve. “Estamos sobrevivendo do salário do meu marido, mas não sei até quando vamos aguentar”. Já Dona Maria do Socorro, colega de trabalho de Fátima na mesma unidade municipal, é a única provedora da casa, o marido está desempregado e vivem com ela quatro netos e um bisneto. “Nossa única opção é fazer a greve, não temos mais outro instrumento”.
A primeira mobilização geral acontecerá na manhã de quarta (14) e sairá da sede do sindicato.