O Brasil democrático amanheceu no dia 10 de dezembro de 2025 manchado pela indecente aprovação, pela Câmara Federal, do projeto de lei (PL) 2162/2023, pomposamente chamado de “PL da dosimetria”, mas que, a rigor, tem de passar para a história como PL da impunidade e do golpe, contra a ordem democrática; tendo como único e inaceitável objetivo reduzir a quase nada as penas justa e democraticamente impostas a Bolsonaro e seus comparsas, na felizmente fracassada tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito – no dia 8 de janeiro de 2023 – e anular a soberana vontade da maioria de eleitores/as, formal e solenemente expressada na eleição presidencial de 2022.
Mais uma vez demonstrando não ter nenhum compromisso com o Brasil decente, 291 deputados/as disseram “sim” à impunidade e, por consequência, sonoro “não” à ordem democrática; enquanto apenas 148 disseram não à redução de penas dos golpistas.
Aliás, como fizeram em setembro último, 311 deputados aprovaram o famigerado regime de urgência, com a finalidade de abrir caminho para que a vergonha nacional aprovada na madrugada deste triste dia fosse votada somente no plenário e imediatamente, sem passar pelas comissões da Câmara Federal, sem haver tempo para que fosse denunciada à sociedade.
Como bradou o falecido estadista e presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Ulysses Guimarães, ao promulgar a Constituição Federal (CF), aos 5 de outubro de 1988: “Traidor da Constituição é traidor da Pátria”. Pode-se e deve-se bradar, hoje e sempre, sem receio algum, que os/as deputados/as que votaram sim ao PL da impunidade estão entre os traidores da pátria, a que se referia o citado honrado estadista.
Se Ulysses Guimarães foi para o panteão da história, por sua colossal bravura, seu inabalável compromisso com a ordem democrática, com o Brasil de hoje e do amanhã, com cheiro de novo e justiça social; os/as deputados/as que votaram sim à impunidade de Bolsonaro e comparsas vão com toda a certeza para o lixo da história, de onde nunca deveriam ter saído. O que, com certeza, faria o Brasil mais belo e mais feliz.
A grande maioria dos deputados atuais está sempre de costas para o povo e seu bem-estar. Mas, em contrapartida, está sempre pronta a atacar a democracia e a beneficiar aqueles que a atacam impiedosamente, como fizeram Bolsonaro e sua turba.
Se a Constituição tem cheiro de amanhã, como afirmara Ulysses Guimarães, os/as deputados/as que votaram sim ao PL da impunidade e a muitas outras matérias antidemocráticas têm cheiro de mofo – melhor seria dizer, de podridão.
É preciso que os/as trabalhadores/as e todos/as quantos mais querem preservar a democracia guardem bem os nomes desses/as 291 traidores/as e digam um solene e firme “não” a eles/as, nas eleições de 2026.
O Seeaconce vai cuidar de fixar nos postes de todas as cidades do Ceará as fotos e os nomes deles/as, por ocasião das eleições de 2026. Só assim a democracia se fortalece. Esses/as deputados/as não têm nada de bom e decente a oferecer ao povo brasileiro, sobretudo o povo trabalhador.
Como votaram os deputados federais cearenses:
Votaram a favor do “PL da Dosimetria”/PL da redução de penas para os golpistas:
André Fernandes (PL)
Dayany Bittencourt (União)
Dr. Jaziel (PL)
Luiz Gastão (PSD)
Não votaram o PL da Dosimetria:
AJ Albuquerque (PP)
Danilo Forte (União)
Enf. Ana Paula (Podemos)
Eunício Oliveira (MDB)
Matheus Noronha (PL)
Moses Rodrigues (União)
Yury do Paredão (MDB)
Votaram contra o PL da Dosimetria:
André Figueiredo (PDT)
Domingos Neto (PSD)
Célio Studart (PSD)
José Airton (PT)
José Guimarães (PT)
Júnior Mano (PSB)
Leônidas Cristino (PDT)
Luizianne Lins (PT)
Mauro Filho (PDT)
Robério Monteiro (PDT)
Vanderlan Alves (Republicanos)