Trabalhadoras terceirizadas, de asseio e conservação, merendeiras e de limpeza pública de Sobral se reúnem nesta sexta, 28/3, às 18h, na Rua Antonio Crisóstomo de Melo, 193, Centro, subsede do sindicato Seeaconce, em evento na defesa dos direitos e em luta pelo fim da jornada 6×1. A programação especial contará com uma roda de conversa abordando temas fundamentais sobre a jornada da mulher no trabalho e na vida. Também haverá café e lanche para as participantes, entrega de brindes, sorteio de prêmios, muito acolhimento e troca de experiências.
A iniciativa é do sindicato Seeaconce, que representa essas e outras categorias de trabalhadoras, e se soma às ações do 8 de Março e do Mês de Luta em Defesa das Mulheres e Contra o Machismo Estrutural. Participação com acesso gratuito, sendo necessária inscrição até as 13h da sexta-feira, dia do evento, preenchendo o formulário disponível no link da bio do Instagram do Sindicato, o @seaaconce.
O sindicato convida todas as mulheres de luta, das diversas categorias representadas, para esse momento de reflexão, acolhimento e fortalecimento na luta por direitos! O Seeaconce apoia a campanha 6×1 por entender que essa é uma questão essencial para a vida das mulheres. Muitas enfrentam jornadas exaustivas, acumulando trabalho profissional e doméstico, o que compromete sua saúde, lazer e tempo com a família.
“Precisamos discutir e buscar mudanças que garantam mais qualidade de vida e equilíbrio entre trabalho e vida pessoal”, destaca a presidente do sindicato, Penha Mesquita, que no último dia 15 de março promoveu evento com o mesmo objetivo, em Fortaleza, reunindo centenas de trabalhadoras na sede do sindicato, no Centro da capital, e contando com participação da dra. Ervanis Brito, auditora fiscal do trabalho, chefe do setor de segurança e saúde do trabalho, da Superintendência Regional de Trabalho e Emprego/SRTE-CE. Já no dia 22 de março foi promovido evento semelhante, em Juazeiro do Norte. Assim, o sindicato promove o debate sobre o tema e a conscientização das trabalhadoras, em diferentes regiões do Estado.
*Luta pela redução de jornada*
No evento realizado em Fortaleza, a dra Ervanis Brito apresentou um histórico da luta pela redução da jornada de trabalho, detalhando também qual a jornada em diversos países. Ela apontou exemplos como o do Japão, que já estuda uma jornada de 4×3, também movido pela necessidade de aumentar a taxa de natalidade.
A especialista também ressaltou que a questão é séria, de saúde pública, com forte incidência de adoecimento psíquico por excesso de trabalho, levando em casos extremos ao burn out (esgotamento total, atingindo todas as dimensões da pessoa, não somente no trabalho, mas também na vida social, familiar etc), e até a suicídios. E destacou como o excesso de trabalho, inclusive o invisibilizado e não remunerado, pesa mais sobre os ombros das mulheres, devido ao machismo estrutural e à falta de efetiva participação de muitos homens na enorme carga de trabalho dos cuidados com a casa, com os filhos, com a família. Uma realidade que precisa mudar!
Dra. Ervanis também citou o movimento “Vida Além do Trabalho”, que vem ganhando cada vez mais força no Brasil, enquanto se luta pelo fim da jornada 6×1. E advertiu que não basta diminuir o número de dias de trabalho; é também preciso fiscalizar a carga de trabalho, para que a trabalhadora e o trabalhador não sejam penalizados com o desafio de trabalhar mais horas por dia, mesmo em número menor de dias.
“A gente tem que estar de olho não só no número de horas de trabalho, mas na carga de trabalho que é colocada pra gente. Também por isso os sindicatos são tão importantes. Podem me chamar sábado, domingo, que eu venho. Fico muito feliz de ver o sindicato firme e forte, mesmo depois da reforma trabalhista. Participem da vida sindical! Isso é fundamental! É a ferramenta de defesa dos seus direitos”, ressaltou.