Em uma concorrida audiência pública encerrada na noite desta quinta-feira, 28/11, na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Assembleia Legislativa, sindicatos de diversas categorias de trabalhadores terceirizados no Ceará, como o Seeaconce, dos profissionais de asseio e conservação e limpeza pública, cobraram que o Governo do Estado garanta aos terceirizados direitos já previstos no decreto federal 12.174, de setembro deste ano.
A audiência foi requerida pela deputada estadual Martinha Brandão (Cidadania), após diálogo com o Seeaconce, sindicato que representa os trabalhadores e trabalhadoras de limpeza pública, asseio e conservação e terceirizados de outras áreas e que luta atualmente por melhores salários e mais direitos, em campanha salarial.
A audiência contou com grande número de trabalhadores/as, que, conforme ressaltou Penha Mesquita, presidente do Seeaconce, mostraram força ao reivindiar que o governo Elmano de Freitas possa implementar, no Ceará, decreto assegurando os mesmos direitos resguardados no decreto do Governo Federal, na atual gestão, do presidente Lula.
Entre esses direitos estão possibilidade de redução de jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais, sem redução de salário; responsabilidade solidária de empresa subcontratada, em caso de descumprimento dos direitos trabalhistas; obrigatoriedade expressa nos contratos de as empresas cumprirem as obrigações trabalhistas, reforçando o que a legislação geral trabalhista já diz; proibição de propostas de serviço subfaturadas, apenas para certa empresa ganhar uma licitação, com valor muito inferior à média do mercado e até com taxa de lucro negativa; obrigação de as planilhas de custos apresentadas pelas empresas também preverem o valor do auxílio-alimentação
“Esse decreto do governo Lula apresenta uma maior garantia, uma maior segurança para os trabalhadores e trabalhadoras terceirizados/as. Neste sentido, não há mal nenhum em copiar o que é bom. Queremos que o Governo do Estado garanta também esses direitos aos terceirizados”, destacou a deputada estadual Martinha Brandão, que presidiu a audiência.
Participantes cobraram diálogo com o Estado
Penha Mesquita, presidente do Seeaconce, reforçou sua trajetória de 30 anos na luta em prol dos terceirizados, no sindicato, e destacou que, apesar de os representantes da PGE e da Seplag dizerem não ter conhecimento de algumas das denúncias apresentadas, os sindicalistas não as levariam para uma audiência pública se não estivessem completamente convictos da procedência das denúncias e se não convivessem diariamente com essa realidade, relatada por trabalhadores e trabalhadoras.