Trabalhadoras terceirizadas de asseio e conservação em Fortaleza tiveram neste sábado dia de comemoração, reflexão e luta, com café da manhã, palestra e sorteio de prêmios

Trabalhadoras de asseio e conservação atuantes em Fortaleza, incluindo merendeiras de escolas públicas, ganharam neste sábado, 9/3, um dia especial, em alusão às lutas por melhores condições de trabalho, mais respeito, visibilidade e valorização às mulheres, além da prevenção e do combate à violência e à opressão.
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Na sede do sindicato da categoria, o Seeaconce, na Rua São Paulo, Centro de Fortaleza, mais de 100 mulheres trabalhadoras do setor, incluindo residentes de vários bairros de periferia e de comunidades da capital cearense, foram recebidas com um café da manhã especial, com espaços instagramáveis para fotos e confraternização, com sorteio de diversos prêmios e com uma palestra especial.
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Um vídeo foi exibido às  trabalhadoras, contextualizando como nasceu o 8 de março como dia de lutas em prol das mulheres e contra a exploração do trabalho feminino. Matérias da imprensa cearense deste sábado, destacando que uma mulher é morta por arma de fogo a cada quatro horas no Brasil e  ressaltando que as mulheres realizam quase o dobro do trabalho doméstico efetuado pelos homens, no Ceará, foram abordadas no início do encontro com as trabalhadoras de asseio e conservação.
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Em clima de informalidade e congraçamento, de apoio mútuo e solidariedade, de um dia de lazer para trabalhadoras que se dedicam a serviços pesados e desafiadores em seu cotidiano, as profissionais foram recebidas pela presidente do sindicato Seeaconce, Penha Mesquita, por diversas mulheres integrantes da diretoria do sindicato, e por Daciane Barreto, diretora da Casa da Mulher Brasileira do Ceará, responsável por ministrar palestra sobre o tema “Políticas Públicas para Nós, Mulheres: Avanços e Desafios”, com a coordenadora da Casa da Mulher Brasileira, Daciane Barreto. A Casa da Mulher Brasileira é um espaço de acolhida e de encaminhamento de ações em casos de violência contra a mulher e de desrespeito a seus direitos.
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A presidente do Seeaconce, Penha Mesquita, ressaltou que a programação foi especialmente elaborada pelo sindicato para acolher as companheiras e marcar o Dia Internacional das Lutas da Mulher, o 8M, comemorado na véspera, optando-se por realizar um encontro no sábado, para que mais trabalhadoras possam participar. Tudo para marcar a data com luta e reflexão, em prol de mais justiça e igualdade todos os dias.
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O Seeaconce também esteve, como em todos os anos, ativamente presente na manifestação unificado do 8 de Março em Fortaleza, na sexta-feira, na Praça do Ferreira.
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Essas atividades na sexta-feira envolveram diversas entidades e vários movimentos sociais, ressaltando também o tema “Mulheres Vivas, do Brasil à Palestina – Pela democracia, pelo fim do fascismo, por mais mulheres na política, por autonomia financeiro, por respeito aos territórios, e pela não anistia a golpistas, apoiadores do 8 de janeiro e a quem, integrando a gestão federal passada, cometeu crimes contra o povo brasileiro.
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Ações permanentes por prevenção à violência, contra o machismo estrutural e pela reeducação
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Entre as ações permanentes realizadas pelo Seeaconce quanto ao tema das lutas das mulheres, estão o debate sobre a importância do combate ao machismo estrutural, a luta pela reeducação e contra toda forma de violência, preconceito e injustiça contra as mulheres, a divulgação ampla dos canais de denúncia, como o fone 180.
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O Seeaconce também destaca a importância de haver ampla informação sobre prevenção, combate e denúncia da violência, passando apoio e acolhimento às mulheres e lutando pelo devido julgamento e punição aos agressores, é preciso combater o machismo estrutural todos os dias, a cada momento.