Ninguém pode silenciar sobre o assassinato de Dom Phillips e Bruno Pereira. É preciso investigar os mandantes do crime e lutar por grandes mudanças em nosso País. Contra a fome, a miséria, as armas, a violência, o desrespeito às terras indígenas, a negligência do Governo Federal. Em favor da vida, da verdade, da justiça, da dignidade. Vamos à luta!

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Além de conviver com a fome que vitima seriamente 33 milhões de brasileiros e brasileiras, a insegurança alimentar que coloca em risco ao todo 125 milhões, as mentiras, “fake news” e absurdos veiculados diariamente pelo Desgoverno Federal como cortina de fumaça para tentar esconder os efeitos de sua incompetência, nosso País chega a meados de junho chorando a morte de dois grandes guerreiros.

 

Um cidadão brasileiro, Bruno Pereira, servidor público da FUNAI, que teve de pedir licença não remunerada por dois anos para poder realizar seu trabalho, de proteger as terras indígenas na Amazônia e ajudar a organizar os índios e demais comunidades locais, em busca de segurança e respeito a suas terras e seus direitos. Sim, um servidor público, que deveria realizar esse trabalho todos os dias como ação de governo, mas que, no governo Bolsonaro, contra a proteção aos índios e à floresta e a favor de amplo acesso a armas e de expansão dos garimpos e das madeireiras sobre a floresta, foi impedido de trabalhar. Precisou pedir licença, para poder fazer o que é certo, cumprir sua missão. E em meio a essa tarefa, foi brutalmente assassinado.

 

Um cidadão britânico, o jornalista Dom Phillips, que, apaixonado pelo Brasil, passou a dedicar grande parte de sua vida ao nosso país, atuando em coberturas investigativas e ajudando a dar voz àqueles que raramente são escutados. Dom Phillips poderia ter seguido desfrutando sua vida e sua carreira como respeitado jornalista no Reino Unido, mas optou por vir para o Brasil e atuar na cobertura de casos que costumam ter pouca visibilidade e precisam ser vistos pela população brasileira e mundial. Ele estava na Amazônia cobrindo o trabalho de pessoas como Bruno Pereira, em defesa das terras indígenas e da floresta, e por este motivo foi também brutalmente assassinado.

 

Essa realidade é mais próxima de nosso dia a dia, no Ceará, do que pode parecer. É mais próxima da realidade dos trabalhadores de asseio e conservação, limpeza pública, condomínios e imobiliárias do Ceará, representados pelo SEEACONCE, nosso Sindicato, do que pode parecer. Os crimes que tiraram a vida de Bruno e Dom se deram em um contexto social dos mais complicados, de fome, miséria, ausência do Estado, desalento, falta de perspectivas, crimes, armas, narcotráfico, vários desafios para a sobrevivência.

 

Pessoas “humildes”, moradoras da região, assumiram a “tarefa” de assassinar duas outras pessoas que lutavam para proteger a própria floresta e de contribuir para uma vida melhor para a população local. Em um contexto de desespero e de convulsão social, aumenta a presença do crime organizado, aumentam os riscos de haver crimes como esses. Onde há presença do Estado, educação pública de qualidade, saúde pública ao acesso de todos, transporte, moradia, cuidados, respeito, zelo, senso de comunidade, empregos, trabalho, renda, dignidade, é muito mais improvável que pessoas optem pelo caminho do crime.

 

É justamente aqui que a luta por justiça para Bruno e Dom e pelo esclarecimento rápido e detalhado de quem foram os mandantes dos assassinatos se encontra com a nossa realidade. Nos últimos anos, no Brasil, estamos perdendo cada vez mais direitos. Direitos trabalhistas, previdenciários e até de viver com um mínimo de dignidade, de ter comida na mesa todos os dias, de ter um botijão de gás a menos de R$ 100,00, de ter gasolina a menos de R$ 8,00, de ter escola de qualidade para os filhos e filhas, de ter saúde pública acessível a todos e todas, de ter emprego e condições de sonhar e construir uma vida melhor.

 

O Desgoverno Federal que boicotou as medidas de cuidado contra a pandemia e foi decisivo para que tivéssemos quase 700 mil mortes por Covid-19 no Brasil só se preocupa em não perder as eleições de outubro. Não se importa com a fome, com a miséria, com a desesperança. Só pensa em si e nos seus. Não tem a menor capacidade de empatia com quem sofre. Pelo contrário: assim como riu das vítimas de Covid-19 e da dor dos familiares, agora trata com escárnio, indiferença e desrespeito a morte de Bruno e Dom e a dor de todos que se sentem destruídos com esse crime tão covarde. Como disse a Folha de S.Paulo, em editorial hoje, essa “tragédia expõe terra sem lei na Amazônia, patrocinada pelo governo Bolsonaro”.

 

O SEEACONCE SE ASSOCIA AO LUTO POR DOM E BRUNO E CHAMA PARA IRMOS À LUTA, PARA MUDAR ESSA REALIDADE. NINGUÉM PODE SILENCIAR SOBRE O ASSASSINATO DE DOM PHILIPS E BRUNO PEREIRA. É PRECISO INVESTIGAR OS MANDANTES DO CRIME E LUTAR POR GRANDES MUDANÇAS EM NOSSO PAÍS. CONTRA A FOME, A MISÉRIA, A CULTURA DAS ARMAS, DA VIOLÊNCIA, O DESRESPEITO A TERRAS INDÍGENAS, A NEGLIGÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL. EM FAVOR DA VIDA, DA VERDADE, DA JUSTIÇA, DA DIGNIDADE. VAMOS À LUTA!